Atualização do Sisped contribui para o rastreamento do pé diabético, no mutirão de Itabuna

São Paulo, novembro de 2020. Após recente disponibilização em versão para smartphones (leia mais), o software ‘Sistema salvando o Pé Diabético’ (Sisped) contribuiu o sucesso da edição 2020 do Mutirão do Diabetes, em Itabuna. A utilização do aplicativo objetiva auxiliar o diagnóstico e tratamento desta complicação do diabetes. Além dos diagnósticos, o Sisped contribui ainda para a realização de levantamentos epidemiológicos sobre quadros pré-ulcerativos e de pés ulcerados.

Para ampliar a acesso à ferramenta, recentemente, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) adquiriu a licença de uso e os direitos para disponibilização gratuita a todos os interessados. 

Sisped na prática

A nova versão do aplicativo foi utilizada no mutirão de Itabuna, cuja primeira fase ocorreu em outubro e a segunda, último dia 07 de novembro. A enfermeira Dra. Roseanne Montargil, que foi responsável pela utilização do aplicativo na campanha, ressaltou que a equipe considerou o aplicativo de fácil acesso, compreensão, praticidade e rapidez. “Fora a classificação de risco do paciente, o aplicativo pontua outras condições relacionadas ao risco dessa pessoa desenvolver o pé diabético – como as patologias pré-ulcerativas, calosidade, unha encravada, micose” explica a Dra. Roseanne.

A profissional apontou também a importância do aplicativo para atenção primária do Sistema Único de Saúde e na possibilidade de gerar um banco de dados que possa ser utilizado em locais distintos e um relatório completo que o paciente possa levar consigo.

Atualizações das funcionalidades

O aplicativo agora possui o chamado módulo campanha que serve para detecção de pacientes com risco de desenvolver úlcera. Com isso, o aplicativo é capaz de antecipar aquele paciente que ainda não apresenta o pé ulcerado, mas possui risco para tal desenvolvimento.

“O tempo médico de uso do aplicativo é de cinco minutos e no final ele vai dizer o risco e orientar a conduta terapêutica do paciente” comenta a endocrinologista Dra. Karla Freire Rezende, subcoordenadora do Departamento de Doenças dos Pés e Neuropatias da Sociedade Brasileira de Diabetes.

A importância do aplicativo

O banco de dados formado pelo aplicativo destina-se à coleta de dados epidemiológicos de neuropatias, situações de risco ou pré-ulcerativas, além de outros, em vista do rastreamento de pacientes que possam desenvolver tal situação.

“O Diabetes é a principal causa de amputação. Logo, o valor do Sisped é o tamanho do problema. Ou seja, enorme. Ao detectar e tratar adequadamente o paciente que tem risco elevado, nós evitamos o problema da úlcera. O tratamento da úlcera em pessoas com diabetes é mais complicado, os recursos utilizados são enormes e o sofrimento do paciente é muito grande. O pior cenário é não ser possível lidar com essa úlcera, resultando em uma amputação” ressalta a médica.