Dr. Marco Antonio Vivolo é homenageado pela Sociedade Brasileira de Diabetes.

O Dr. Marco Antonio Vivolo é homenageado pela SBD por sua liderança
exemplar, dedicação e empatia em diabetes tipo 1 (DM1)

A Sociedade Brasileira de Diabetes entende que homenagear pessoas que muito contribuem com sua missão, cria uma cultura de iniciativa, trabalho, apoio e solidariedade. Ao destacar o trabalho dessas pessoas, incentiva-se outras a se envolverem em uma comunidade forte e ativa em torno do diabetes. Isso significa melhor ensino, pesquisa, assistência e qualidade de vida para pessoas com diabetes.

No 27º Congresso da ANAD (Associação Nacional de Atenção ao Diabetes), o Dr. Levimar Araujo presidente da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) homenageia o Dr. Marco Vivolo.

Hoje o homenageado é o Dr. Marco Antonio Vivolo por sua liderança exemplar, dedicação e empatia em diabetes tipo 1 (DM1).

Os primeiros acampamentos para pessoas com diabetes já na era insulínica foram realizados pelo Dr. Leonard F. C. Wendt, em 1925, Michigan, USA, seguido pelo Dr. Eliot P. Joslin, Boston, USA em 1927. No Brasil um dos pioneiros na realização de acampamentos foi o Dr. Rogério Oliveira (in memorian) do Hospital da Lagoa (RJ).

Acampamentos para pessoas com diabetes são consideradas experiências únicas para crianças, adolescentes, familiares e profissionais de saúde. São supervisionados por profissionais de saúde treinados em diabetes, como endocrinologistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogas e educadores em diabetes.

Uma robusta revisão bibliográfica publicada na revista Diabetes Research and Clinical Practice, 114 (2016) 15-22 respondeu à questão relativa à Eficácia dos Acampamentos para pessoas com diabetes e sumariza seus benefícios.

Um dos autores da revisão Bibliográfica é o Dr. Marco Antonio Vivolo que nos dias 24 a 29 de janeiro de 2023, coordenou a realização da 42ª Edição do Acampamento para jovens com DM1, ADJ-UNIFESP, evento que é realizado anualmente, desde o ano de 1980.

1º Evento em
1980

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Aplicando insulina – década de 80

A 42ª Edição do Acampamento para jovens com DM1, ADJ-UNIFESP foi realizada no NR Resort Sapucaí Mirim a 200 Km de São Paulo, próximo a Campos do Jordão.

Participaram 80 jovens com DM1 de 9 a 14 anos, metade dos quais com bomba de insulina, todos usando monitorização contínua de glicose (CGM) supervisionados por 30 médicos, 25 enfermeiros, 12 nutricionistas, 6 psicólogos, dentistas e educadores físicos, todos voluntários, além do quadro de funcionários do NR Acampamentos.

É um trabalho que requer muito planejamento, organização e preparo das equipes.

Na véspera da partida são entregues dados em um formulário com 50 perguntas, preenchido previamente por pais e médicos, referentes a tratamento, adesão, exames prévios e particularidades do acampante. Essas informações são transferidas para um sistema online desenvolvido pela equipe do NR. A partir daí o Sistema funciona como um prontuário onde são registrados, controle glicêmico, doses de insulinas, eventos associados e intercorrências! As informações são atualizadas pelas equipes em tempo real.

O controle glicêmico é representado por medidas de glicemia capilar, leituras do Sensor Free Style Libre, utilizando o Leitor, acompanhadas pela equipe médica obrigatoriamente 6 vezes ao dia, além de leituras durante as atividades,
incluindo cetonemia quando necessário.

Diariamente são realizadas discussões de casos clínicos com base em dados observados, incluindo os de sensores e bombas de insulina obtidos em um ambiente relativamente controlado.

No último dia da temporada é realizada uma reunião online com os pais dos acampantes antes do retorno. São entregues relatórios em pdf para os pais e para os médicos das crianças com toda a evolução da educação em diabetes: titulação de doses de insulina, aspectos psicossociais e psicológicos, além de sugestões com base nos aspectos relevantes percebidos pela equipe. 

O Acampamento para jovens com DM1 ADJ-UNIFESP tem tido um papel
relevante na qualificação de profissionais de saúde em DM1.
Desde o início de suas atividades em 1980, houve um total de participação de
600 endocrinologistas com feedbacks sempre positivos, procura crescente e
intenção de retorno de quase todos os voluntários de todo o Brasil.
Nos últimos anos de maneira concomitante o evento Educando Educadores
oferece um curso de “Imersão em DM1”.

Um incalculável número de profissionais estiveram envolvidos no Acampamento para jovens com DM1 ADJ-UNIFESP. Para representá-los citaremos alguns profissionais em dois momentos distintos: ao início e na atualidade.

  1. Professor Antônio Roberto Chacra, Professor Titular da Disciplina de Endocrinologia da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP) que acolheu na disciplina e incentivou o Projeto. E mais os Drs. Jairo Hidal, Julio Abucham, Dolores Pardini e Ângela Spinola e Castro, à época, entusiasmados residentes.
  2. Coordenadores de equipes na atualidade: Equipe médica: Professora Sandra Roberta Gouvea Ferreira Vivolo e Dra. Monike Lourenço, Equipe de enfermagem: Gabriella Cavichiolli, Equipe de Psicologia: Maria Geralda Viana, Equipe de Nutrição: Carolina Rodrigues e Equipes NR: Ivan Chu e Gabriel Santoro

Laerte Damaceno, MD. Endocrinologista e Coordenador do site e mídias sociais da SBD.

Complicações Bucais

Se você é uma pessoa com diabetes, fique atenta a:

  • Das principais complicações bucais do diabetes, a periodontite aumenta os níveis de glicose no sangue e pode dificultar o alcance da sua meta glicêmica.
  • O tratamento odontológico é seguro para pessoas com diabetes, e uma boa saúde bucal deve fazer parte do cuidado com o diabetes.
  • Atenção aos sinais e sintomas de complicações bucais: dor de dente (espontânea ou na alimentação), sangramento gengival na mastigação ou na higiene bucal, gengiva vermelha ou inchada, mau hálito ou gosto estranho na boca, dentes mais longos ou com raízes expostas, dentes bambos.

As principais complicações bucais que pessoas com níveis de glicose elevados experimentam são:

a) Doenças Periodontais

Gengivite: inflamação das gengivas mais presente em crianças, adolescentes e adultos com diabetes. Condição reversível quando recebe tratamento adequado.

Periodontite: condição inflamatória multifatorial crônica. Apresenta maior gravidade, prevalência e progressão mais acelerada em pessoas com diabetes fora da meta glicêmica. Na ausência de tratamento adequado, leva à perda dos dentes, a partir da destruição dos tecidos que os sustentam. No corpo, a periodontite contribui para a circulação de bactérias e inflamação disseminada. Também aumenta a glicemia, dificultando o alcance da meta glicêmica em pessoas com diabetes, e, consequentemente, aumentando o risco para complicações do diabetes, como retinopatia, nefropatia, neuropatia e doenças cardiovasculares. Vários estudos em todo o mundo relatam reduções significativas nos níveis de hemoglobina glicada no diabetes tipo 2, após tratamento da periodontite. 

b) Doença cárie: 
condição multifatorial que leva a perda de estrutura dos dentes. Pode se desenvolver com mais facilidade em pessoas com diabetes. Quando não tratada, apresenta maior gravidade em pessoas com diabetes, com mais infecções dos canais radiculares, e necessidade de tratamento de canal.

c) Perdas dentárias: pessoas com diabetes estão em maior risco para perda de dentes, quando fora da meta glicêmica. A perda de dentes causa danos sociais, psicológicos e impacta a mastigação, dificultando o consumo de alimentos rígidos (alimentos macios tendem a ser mais ricos em gordura e açúcar, o que pode atrapalhar o alcance da meta glicêmica).

d) Más-oclusões: dentes fora de posição podem impactar a vida de pessoas com diabetes em todas as idades, prejudicando a mastigação, a dicção e a deglutição. Crianças com diabetes podem apresentar erupção dos dentes acelerada. As complicações mais comuns durante a movimentação dos dentes em pessoas com diabetes estão relacionadas à dificuldade de higiene bucal e à hiperglicemia. Se as peças do aparelho coladas aos dentes não forem higienizadas corretamente, podem levar à gengivite e aumento de volume nas gengivas, dificultando a movimentação dentária, comprometendo o resultado do tratamento. 

e) Doenças Peri-implantares: mucosite e peri-implantite são condições que afetam os tecidos ao redor dos implantes dentários. Pessoas com diabetes, fora da meta glicêmica, podem apresentar mais inflamação ao redor dos implantes e perda progressiva do osso que os sustentam.

f) Complicações cirúrgicas odontológicas: não há contraindicação para cirurgias de implantes e outras cirurgias bucais em pessoas com diabetes, porém a reparação tecidual tende a ser mais lenta e mais propensa a infecções secundárias quando não atingem a meta glicêmica.

g) Hipossalivação: a sensação de boca seca é causada pela diminuição do fluxo salivar (hipossalivação), que pode ser mais comum em pessoas com diabetes. Além de causar alterações no paladar e mau hálito, pode levar ao favorecimento de outras doenças bucais. 

h) Halitose: o mau hálito (halitose) tem origem quase sempre na boca. A presença de corpos cetônicos pode levar à alteração de hálito, causando um odor semelhante ao de frutas envelhecidas, e serve como alerta para níveis elevados de glicemia.

i) Candidíase: pessoas com diabetes podem apresentar mais infecções bucais por fungos. Pacientes fora da meta glicêmica podem estar imunossuprimidos e/ou com hipossalivação, e por isso, apresentar maiores chances de desenvolver quadros crônicos de candidíase bucal.

IMPORTANTE: Todas essas complicações bucais, e suas consequências, impactam na diminuição da qualidade de vida das pessoas com diabetes!

TODA pessoa com diabetes PRECISA ser encaminhada para exame odontológico e periodontal completo como parte do tratamento inicial do diabetes, assim que for diagnosticada, segundo recomendação das principais diretrizes do cuidado aos pacientes com diabetes! E o monitoramento por exame odontológico e periodontal completo deve continuar acontecendo periodicamente, como parte do gerenciamento do diabetes!