Pela primeira vez na América do Sul, a cidade de São Paulo sediará a edição 2021 do Internacional Foot and Ankle Biomechanics Meeting (i-FAB 2021), embora, por conta da Pandemia, terá sua programação online. Com uma programação multidisciplinar, o evento visa promover interação entre profissionais interessados em biomecânica do pé e tornozelo e conectar áreas que, tradicionalmente, podem não ter um forte componente ligado ao tema. A iniciativa ocorrerá entre os dias 11 a 14 de abril, em plataforma virtual.
Segundo os organizadores, o programa do i-FAB 2021 será multidisciplinar e contará com dois simpósios pré-congresso, workshops, cinco palestras internacionais, 18 sessões orais, duas sessões especiais (sobre Pé Diabético e sobre tomografia computadorizada com suporte de peso), além e uma sessão contínua de pôsteres e momentos de troca de experiências entre profissionais de diferentes partes do mundo. Os palestrantes principais são de universidades de alto nível e de diversos países. O foco das apresentações se voltará a temas relacionados a calçados e órteses, esportes, fisioterapia e reabilitação, biomecânica clínica, modelagem de pé e tornozelo, ortopedia e cirurgia.
A professora associada da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Isabel Sacco, presidente da atual edição do evento, chama atenção para um tema de extrema relevância na programação, “Pela primeira vez, o Congresso de Biomecânica do Pé e Tornozelo terá uma sessão especial sobre o pé diabético”. Duas referências internacionais em Pé diabético darão Palestras nessa sessão especial: Dr. David Armstrong (Universidade Southern Califórnia) e Professor Sicco Bus (Universidade de Amsterdam). No evento ocorrerão também outras duas sessões orais sobre o pé diabético “São mais de duas dezenas de aulas sobre o pé diabético, prevenção, cuidados e calçados. Considero que a ênfase nesse assunto é muito importante”, fala a professora `”.
Representatividade feminina
Essa é a primeira edição em que uma mulher preside o Congresso. Essa iniciativa faz parte de uma decisão de aumentar a representatividade feminina na área da clínica e biomecânica do tornozelo e pé. Assim, todas as chairs das sessões orais serão do sexo feminino. “Foi uma grande honra quando fui convidada para presidir, ainda mais sendo a primeira vez do congresso no Brasil. Por isso, procurei congregar especialistas nacionais e internacionais que pudessem enriquecer a temática do congresso para além da biomecânica. Os temas foram ampliados para dar mais oportunidades para outros profissionais”, diz Isabel.
O Congresso prospecta que os temas debatidos logo se farão presentes nas vidas das pessoas com diabetes para a prevenção e tratamento das úlceras, isso em razão de os profissionais compartilharem experiências clínicas e de pesquisa visando o melhor prognóstico e um melhor desfecho para complicações do pé diabético.
Pé diabético
Estima-se que cerca de 20% da população com diabetes desenvolverá algum problema nos pés no decorrer da vida. Pessoas com diabetes desenvolvem maior risco para os pés, predominantemente, em decorrência da neuropatia periférica. Essa complicação do diabetes gera diminuição da sensibilidade protetora e perda de força e mobilidade dos pés.
Como consequência, a pessoa fica mais suscetível a ferir-se sem perceber. Em muitos casos, a diabetes também impacta a circulação sanguínea, ocasionando maior dificuldade de cicatrização.
O diabetes é a primeira causa de amputações não traumáticas em membros inferiores no mundo. Ao redor do globo, é estimada uma amputação a cada 20 segundos em decorrência do diabetes. Atualmente, cerca de 16 milhões de brasileiros convivem com o diabetes.