Senado realiza sessão solene para o Dia Mundial do Diabetes

Sociedade Brasileira de Diabetes esteve presente e alertou que os custos para complicações são maiores do que os da prevenção e que isso precisa mudar

O Senado realizou, dia 18, sessão solene especial para marcar a passagem do Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro. O requerimento para a sessão foi apresentado pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO). 

Na abertura da sessão o senador, que tem diabetes tipo 2, afirmou que o objetivo da sessão foi reforçar a importância das políticas de acesso à prevenção e ao tratamento do diabetes. “O diabetes é uma doença que afeta milhões de pessoas e exige políticas públicas eficazes de prevenção, diagnóstico e tratamento”, disse, lembrando que conseguiu a construção de um centro para atendimento exclusivo a pessoas com diabetes em Goiânia pelo SUS e que seu sonho é levar a iniciativa a outros Estados com a ajuda do governo federal.

Presente na sessão, o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, dr. Ruy Lyra, agradeceu o apoio à causa do diabetes e lembrou que é importante acabar com a diferença entre o tratamento na rede pública e na rede suplementar. “É imprescindível que pobres e ricos tenham acesso aos mesmos insumos e tecnologias”, alertou. “Só assim, e com educação, conseguiremos reduzir as complicações causadas pelo diabetes.” Como exemplo de educação dr. Ruy citou os diversos manuais feitos pela SBD sobre contagem de carboidratos, pé diabéticos e outros temas disponíveis a todos no site da entidade. Ele também citou o suporte técnico-científico que a SBD vem dando a parlamentares nas discussões sobre projetos de lei sobre diabetes, como o PL 2687/22, que classifica o diabetes mellitus tipo 1 (DM1) como deficiência, para todos os efeitos legais.

Dra. Karla Melo, coordenadora do Departamento de Saúde Pública, Epidemiologia, Economia da Saúde e Advocacy da SBD, enfatizou que os gastos do governo são muito maiores com as complicações do que com a prevenção. “O SUS gasta milhões anualmente com hospitalizações por causa de complicações”, disse, acrescentando que é hora de as operadoras de saúde também assumirem esses gastos. Ela lembrou, ainda, que as complicações também levam muitas pessoas a pedirem aposentadoria, aumentando ainda mais os gastos públicos.

Representando a IDF – Internacional Diabetes Federation, entidade da qual é vice-presidente, além de fazer parte da diretoria da SBD, dra. Hermelinda Pedrosa lembrou que o tema usado este ano pela entidade internacional é o bem-estar. “As pessoas com diabetes têm de fazer a gestão diária da doença, com a monitorização e, no caso da DM1, da insulinoterapia”, disse. “Isso impacta as pessoas, que ficam com receio de ter alguma complicação. Por isso devemos todos nos preocupar com o bem-estar delas, fornecendo insumos e tecnologias que possam evitar problemas.”

Também discursaram na sessão Jaqueline Correia, presidente do Instituto Diabetes Brasil; dr. Fadlo Fraige Filho, presidente da Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (Anade); Marilia Sobral, do Projeto Alimentação Saudável da ACT Promoção de Saúde; e Gilberto Soares Casanova, da Associação de Diabetes Juvenil.