Alvos glicêmicos: Padrões de cuidados médicos em diabetes

Diabetes: a palavra de ordem é customizar!

A cada ano temos atualizações no tratamento do diabetes. Uma das principais mudanças vistas de forma mais notória nos últimos anos é com relação aos alvos desejados de hemoglobina glicada, que devem ser ajustados a depender da faixa etária do paciente, das suas doenças e da sua expectativa de vida.

Um exemplo é aquele paciente jovem, sem outras doenças ou complicações, com longa expectativa de vida. Nesse paciente o desejo é que ele, sendo diabético, tenha um alvo de hemoglobina glicada menor que 6,5%. Isso reduz os riscos de complicações como doenças na retina, rins, coração e amputações.

Por outro lado, se o paciente é idoso, tem outras doenças e tem risco de hipoglicemia (risco alto de queda e fraturas, por exemplo), a meta de hemoglobina glicada é maior, cerca de 7,5%. Isso porque a tolerância a um episódio de hipoglicemia é menor.

Na prática, é preciso abrir os olhos. Pacientes idosos têm que ser protegidos dos efeitos de uma hipoglicemia, seja fratura de colo de fêmur por queda por tontura, seja um eventual AVC.

Os principais Consensos em diabetes no mundo têm sempre batido na tecla da individualização da hemoglobina glicada, mas também da redução da variabilidade glicêmica. Isso é um conceito importante: não adianta a hemoglobina glicada estar linda se a glicemia está oscilando. Explico… a hemoglobina glicada é uma média dos últimos 3 meses, o que significa que é preciso saber se uma média de 154 mg/dL, por exemplo, é de fato glicemia em torno de 150 ou oscilações entre 50 e 250. Isso faz toda diferença no controle do paciente.

Quer saber mais?


2020. Glycemic Targets: Standards of Medical Care in Diabetes—2020.
Diabetes Care 43, S66–S76 – doi:10.2337/dc20-s006

Dra. Andressa Heimbecher Soares
  • Endocrinologista
  • Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.