Hormônio produzido pelo pâncreas foi identificado em 1921, mudando radicalmente, desde então, o tratamento e a expectativa de vida de pessoas com diabetes
Numa ação especial, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e os Correios se unem para o lançamento de um selo postal comemorativo aos 100 anos da descoberta da insulina – hormônio produzido pelo pâncreas, responsável por levar a glicose do sangue para dentro das células. Criada pela artista Marise Silva, o selo traz a representação gráfica da estrutura molecular da insulina, uma ampola com a composição química e uma seringa que faz alusão à aplicação do medicamento. Também, traz a íris dos olhos, para estimular maior atenção aos hábitos cotidianos e para alertar sobre o diabetes.
O Dr. Laerte Damaceno, coordenador do Departamento de Educação em Diabetes, Psicologia e Campanhas da SBD, e responsável por sugerir a ação aos Correios, complementa que a íris dos olhos também significa a deficiência visual, uma das principais complicações decorrentes do diabetes, sendo o selo é uma forma de educar cientificamente profissionais de saúde e a população sobre a doença.
“Nós, profissionais da SBD, somos uma pequena parcela de profissionais especializados no assunto, mas muitos profissionais ainda não têm informações suficientes para tratar do diabetes. A população também carece de informações para que tenha hábitos mais saudáveis e possa fazer o diagnóstico precoce”, esclarece Damaceno.
Revolução na medicina
Até o início do século XX, as pessoas com diabetes controlavam a doença apenas com mudanças na alimentação. As crianças com diabetes tinham uma expectativa de vida de 12 a 18 meses e um grande comprometimento da qualidade de vida. Desde o século XIX, algumas pesquisassobre a relação do pâncreas com a doença eram realizadas, mas coube aos cientistas Frederick Banting e Charles Best, do Canadá, identificarem o hormônio, em 1921.
Damaceno explica que, a partir da descoberta da insulina, rapidamente o hormônio passou a ser produzido em laboratório e distribuído em escala mundial, transformando a vida de milhões de pessoas: “Mas a ciência ainda precisa conhecer mais os mecanismos de ação da insulina no organismo para melhor administrá-la a quem necessita”, afirma.
Mesmo assim, o especialista aponta que a descoberta e a difusão do uso da insulina impactaram na expectativa de vida e na qualidade de vida das pessoas com diabetes, sendo um dos maiores avanços da ciência. Dados da International Diabetes Federation (IDF) estimam que somente no Brasil hoje existem 16,8 milhões de diabéticos, dos quais pelo menos 6,5 milhões necessitam de insulina no tratamento.
“A insulina rendeu prêmios Nobel e muitas conquistas para a medicina moderna. Nesse sentido, o selo é uma maneira de qualificar o debate com profissionais de saúde e esclarecer a população a importância da prevenção, do diagnóstico precoce, do controle adequado e do acesso às melhores práticas em diabetes”, conclui Damaceno.
O selo custa R$42,00 e está disponível para compra no site dos Correios, acesse