As Doenças Crônicas não transmissíveis (DCNT) não têm cura, mas podem e devem ser controladas

No dia 23 de janeiro, durante o “Fórum DCNTs”, foi lançado um Guia de Atualização de linguagem que deve ser usada na abordagem com pessoas que convivem com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), o documento “Linguagem importa!” tem como objetivo otimizar a comunicação dos profissionais de saúde com os pacientes/clientes, evitando estigmas e melhorando o engajamento da população em comportamentos saudáveis e de autocuidado.
As DCNTs não têm cura, mas podem e devem ser controladas por meio da adesão às recomendações específicas e mudanças no estilo de vida. Portanto, a compreensão das orientações torna-se fundamental para promover a adesão ao tratamento. Nesse sentido, a educação em saúde precisa ser empática, motivadora, inclusiva e respeitosa, considerando o estágio de prontidão para mudança das pessoas e adaptando estratégias a cada situação.
Nesse contexto, o documento “linguagem importa!” traz recomendações que favorecem a comunicação respeitosa e não estigmatizante. Por exemplo, não é mais recomendado o uso dos termos “obeso” ou “gordo”, que devem ser substituídos por “pessoa com obesidade/sobrepeso”, já que a pessoa deverá ser reconhecida em primeiro plano e não resumida ou adjetivada por sua condição de saúde. Termos como “gordo” ou “obeso” reforçam um estereótipo estigmatizante, como se a obesidade definisse a pessoa, fosse uma condição imutável ou unicamente um resultado de escolhas erradas feitas de forma voluntária (culpabilização).
Portanto, nesse Dia Mundial da Obesidade, o Departamento de Nutrição da SBD convida a todos os profissionais a refletir sobre essa temática e iniciar um processo de mudança em sua abordagem, tornando nossa comunicação com as pessoas com obesidade/sobrepeso cada vez mais respeitosa, empática e assertiva.

Referências:

Dra. Daniela Lopes Gomes

Nutricionista, especialista em nutrição clínica, Mestre em teoria e pesquisa do comportamento pela UFPA e Doutora em nutrição pela UnB. Professora e pesquisadora da Universidade Federal do Pará (NTPC/UFPA). Educadora em Diabetes pela SBD/IDF/ADJ. Coordenadora do Grupo Educativo em Diabetes (GEDIA).